sábado, 7 de julho de 2018

Sou de uma geração feliz!




Sou de uma geração com dificuldades à informação, benefícios quase nenhum, tudo que tínhamos era resultado de uma cadeia produtiva diversificada, em que até mesmo os adolescentes eram participativos e ativos, mas eramos felizes !

Filhos de pais sérios, ditadores de regras e limites, a nossa adrenalina estava em enrolar a saia na cintura para tornar mais curta no caminho da escola, e fumar escondido na quadra da escola no intervalo, coisas de adolescente! Éramos felizes!

Brincávamos depois das obrigações executadas em um horário pré-determinado, meninos e meninas, tínhamos apelidos, que hoje é o famoso bullying, e não nos afetavámos emocionalmente, tudo era motivo para piadas e boas risadas. Éramos Felizes! 

Nossas casas não tinham grades e muros altos, claro existiam perigos, mas não eramos prisioneiros da nossa própria casa, respeitávamos os mais velhos, professores, policiais que eram as maiores autoridades, o governo na época, considerados ditadores  pelo entendimento atual, não tinham o porque de se preocuparem em ditar regras de como educar uma criança para torná- lo um bom cidadão, suas prioridades eram focadas em oferecer boas escolas, com professores formados e comprometidos em oferecer um bom currículo escolar. Éramos felizes!

Na escola antes de entrarmos para as aulas, formávamos filas, respeitando a altura dos nossos amiguinhos, cantávamos o Hino Nacional e o da Bandeira, com as mãos no coração, uma das matérias do currículo escolar era OSPB, aprendíamos sobre política, éramos ensinados a respeitar, amar e servir a Pátria! Éramos felizes!

Não existia facilidades e incentivos para mudarmos as nossas características naturais,  como tatuagem, cortes extravagantes, ou  piercing,, chamávamos a atenção dos nossos pais com boas notas na apresentação da carteirinha de presença escolar, não discutíamos a sua autoridade. Éramos Felizes!

Ah! Tínhamos ídolos, eramos fãs dos Beatles e Rolling Stones, e respeitávamos  até mesmo, curtindo o sertanejo de raiz que os mais velhos curtiam, não ocupávamos espaços públicos para impor  a nossa preferência musical. Éramos Felizes!

Ah! Assistimos o Brasil ser campeão do mundo, por mais de uma vez, seus jogadores jogavam por amor a camisa e a Pátria, não tinham grandes patrocinadores, não recebiam fortunas, no formato de salários, mas eram determinados, sentiam-se poderosos em demonstrar o melhor futebol do mundo.
Éramos Felizes!

Ah! Preconceitos, diferença de gêneros, diferenças sociais, tráfego, violência sexual,  também existia, mas, como o respeito era a palavra da vez, não assistíamos com essa frequência atual,  que temos acompanhado todos os dias nos noticiários e outros formatos de mídias interativas. Infelizmente usam dessa tal democracia (direito de expressão) vergonhosamente, normalmente de acordo com a conveniência, diante de fatos tristes, para auto se promoverem, o importante hoje é chegar lá, mesmo que para isso tenha que utilizar de fraquezas, e classes menos favorecidas. Distribuem migalhas, como direitos, ao invés de incentivar a produtividade. São tantos direitos distribuídos em formato de leis, mas com a falta da tal produtividade, faltam empregos para a execução das mesmas. Criam-se obrigações financeiras, ditam regras (leis), interferem em tudo, para manter o comando esquecendo-se que o principio é o poder  da procura e da oferta, tornando assim a falência, e a inversão de valores o resultado final.

Assistimos hoje as nossas crianças, se auto degradando fisicamente e moralmente, sem tempo para brincar, ficam adultas, pulando fases importantes para seu real amadurecimento, são proibidas de trabalharem, estudam em escolas mal organizadas, com professores descontentes e desvalorizados financeiramente e emocionalmente, com pais que precisam fazer jornadas duplas para conseguirem o essencial. 

Os pais hoje são liberais, a informação encontra-se nas palmas das mãos em celular, mas o que assistimos é uma geração cheia de direitos, infelizes, o tempo todo mudando seus corpos
e sua aparência física, impondo suas preferências, discutindo a autoridade dos mais velhos, ostentando o que não tem, ou cobrando o que não podem ter, aí questiono: Será que são felizes?

Não fiz fortunas, mas faço o que gosto, não tenho tatuagem, não fiz plásticas, não coloquei botox, aceito-me com os meus cabelos brancos e meus traços de expressão, não tenho grandes dívidas e muito menos, grande remuneração, mas tenho o essencial e continuo Feliz!

Não tive a intenção ao escrever esse texto de impor os meus valores e a minha posição, mas as pessoas que tiverem interesse de ler até o final refletirem. Os anos me ensinaram que a felicidade não está em que fazemos ou alcançamos, mas em que sentimos. 

Autor: Inspiração - Elisabete Ramiro